Estudo do Banco do Nordeste (BNB), feito com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), constatou que Sergipe teve o maior crescimento na produção de leite na região Nordeste, se comparados os três primeiros meses de 2024 e 2023. De acordo com o levantamento, o aumento foi de 22,6%, ou seja, o estado subiu de 107,8 mil para 132,2 mil litros de leite produzidos neste período. O segundo lugar ficou com a Bahia, que registrou crescimento de 10,7%.
Para o secretário de Estado da Agricultura, Zeca Ramos da Silva, os números refletem o resultado de investimento dos produtores e de políticas públicas consistentes da gestão estadual. Segundo o gestor, Sergipe vive um momento histórico no setor leiteiro, graças a um trabalho abnegado dos produtores, integrado com os municípios, e os incentivos do Governo de Sergipe. Entre eles, apoio técnico, ações de inseminação artificial, sanidade animal, incentivo à produção e beneficiamento do leite e ao escoamento, com melhoria das estradas e compra de alimentos da agricultura familiar, além de crédito rural. “Estamos vendo os resultados de um governo que acredita no potencial do campo e investe no produtor. Com isso, conseguimos gerar mais renda, garantir alimento de qualidade e fortalecer a economia do nosso estado”, ressalta.
A avaliação de que os resultados são fruto de uma série de investimentos e ações estratégicas do Governo de Sergipe voltadas ao fortalecimento da cadeia produtiva do leite é confirmada pelo presidente da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), Gilson dos Anjos, que detalha os investimentos. “Entre eles, podemos destacar o programa Sementes do Futuro, que este ano doou 206 toneladas de sementes de milho e 648 mil raquetes de palma a 500 pequenos produtores, como insumos importantes para a ração animal. Também foram aplicadas tecnologias de melhoramento genético, como a Inseminação Artificial por Tempo Fixo, com mil fêmeas inseminadas entre 2023 e 2024. A Emdagro também oferece Assistência Técnica e Extensão Rural e realiza a doação de kits de ordenha”, pontua algumas das ações da pasta.
O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Rural (Seagri), incentiva, também, o escoamento da produção por meio do Programa de Aquisição de Alimentos Leite (PAA Leite), que adquire 90 mil litros de leite por mês para beneficiar três mil famílias de baixa renda. O apoio direto aos produtores também é garantido pelo Programa Mão Amiga Bacia Leiteira, que atende 3.142 pequenos criadores com quatro parcelas de R$ 250, e por linhas de crédito rural operadas pelo Banco do Estado de Sergipe (Banese). Só em 2024, foram investidos R$ 56,8 milhões disponíveis para custeio e investimento na pecuária sergipana pela instituição bancária estatal.
Adutora do Leite
Com o objetivo de fomentar ainda mais o potencial do estado na pecuária leiteira e agronegócio, o Governo do Estado apresentou a produtores sergipanos o projeto da Adutora do Leite, que abastecerá com águas do Rio São Francisco os municípios de Canindé do São Francisco, Poço Redondo, Nossa Senhora da Glória e Monte Alegre. Com um investimento da ordem de R$ 250 milhões, o projeto encontra-se na fase de estudo.
A Adutora do Leite será uma solução para a dessedentação animal no trajeto entre Canindé de São Francisco e Nossa Senhora da Glória, com uso da água captada pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) no Rio São Francisco. A obra, reivindicação antiga na região que mais produz leite em Sergipe, levará água aos diversos tipos de criatórios comerciais, rebanhos que somam aproximadamente 265 mil animais, sendo 180 mil somente bovinos, dos cinco municípios no trajeto de 108,60 km de extensão grande empreendimento: Canindé de São Francisco; Poço Redondo, passando pelo polo leiteiro de Santa Rosa do Ermírio; Porto da Folha; Monte Alegre de Sergipe e Nossa Senhora da Glória.
Somente na bovinocultura de leite, principal atividade econômica do alto sertão sergipano, a perspectiva é que a produção leiteira dos cinco municípios ultrapasse os 296.062.000 litros por ano, registrado em 2022. Outra expectativa é que, com a água da Adutora do Leite diminuindo as distâncias de acesso e aumentando a oferta de abastecimento hídrico, os custos para os pecuaristas diminuam e cresça o potencial na região para investimentos em aumento e melhoria genética dos rebanhos. Mais produção, animais, tecnologia e infraestrutura empregada geram mais renda e novos postos de trabalho para o povo sertanejo.
Enquanto as obras da Adutora do Leite não entram em fase de execução, o governo já deu início às obras de outra adutora importante, a do Curralinho, em Porto da Folha, em fevereiro último, representando uma solução definitiva para o abastecimento de água na região. A concessionária Iguá Sergipe, empresa vencedora do leilão da concessão parcial dos serviços da Deso, será a responsável pelo sistema, que impactará, sobretudo, no abastecimento de água à população.
Fonte: Secom