Governo de Sergipe orienta população em casos de envenenamento ou contato com produtos químicos

Em Sergipe, 4.324 pessoas sofreram algum tipo de intoxicação no ano de 2024, segundo dados do Centro de Informação e Assistência Toxicológica do Estado (Ciatox). O centro, gerenciado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), atua como referência no estado no atendimento a intoxicações e acidentes com animais peçonhentos há cerca de 20 anos. A médica Elma Regina, que trabalha no Ciatox há mais de 10 anos, explica que, para cada tipo de intoxicação, há um procedimento recomendado, por isso, em caso de envenenamento ou contato com produto tóxico, o cidadão deve sempre procurar ajuda profissional.

Dos casos registrados no ano passado, 1.874 foram referente a picada de escorpião, 1.057 a intoxicação por medicamentos, 552 por picada de serpentes, aranhas e outros animais peçonhentos/venenosos (marimbondo, abelha e água viva) e 214 por animais não peçonhentos/venenosos (formiga, algumas lagartas etc). Os registros incluem, ainda, notificações de intoxicação por alimentos, agrotóxico, cosméticos e higiene pessoal, uso abusivo de drogas, inseticidas de uso doméstico, plantas e fungos, produtos de uso veterinário, produtos domissanitários (usadas para limpeza, desinfecção, higienização e desinsetização), produtos químicos residenciais ou industriais, raticidas e outros.   

Em caso de intoxicação ou envenenamento, o contato com o Ciatox pode ser feito por meio do telefone 79 3259-3645 ou 0800-722-6001. “Pedimos que entre em contato o quanto antes com o nosso centro, para que possamos orientar as primeiras condutas. Logo em seguida, a pessoa deve se dirigir à unidade de saúde mais próxima. Lembrando que se for picada por escorpião é sempre considerado um caso de urgência, que precisa de uma avaliação médica, o quadro pode começar leve com uma dor, mas pode evoluir para um quadro moderado à grave, então precisa de uma avaliação”, alerta.  

A orientação serve, também, para os demais casos de intoxicação, especialmente a medicamentosa. “Às vezes, o paciente está assintomático, não apresentando nada, mas o quadro pode evoluir, então orientamos como ele deve proceder. Há algumas intoxicações medicamentosas que têm antídoto, por exemplo, o paracetamol, outros medicamentos não têm antídoto, mas orientamos sobre o tratamento de suporte, pois cada caso precisa de uma orientação específica”, informa Elma Regina.

Prevenção

Muitos casos de intoxicação podem ser evitados por meio de cuidados preventivos. Como a maioria dos registros em Sergipe é referente a picada de escorpião, para reduzir os riscos é importante manter a casa, jardins e quintais limpos, assim como evitar o acúmulo de lixo, folhas secas, material de construção ou entulho, já que o artrópode gosta de lugares escuros e úmidos.

É recomendado, também, examinar roupas e calçados antes de usá-los, o que previne, ainda, picadas de aranhas, além de escorpião. “É necessário, ainda, evitar a presença de barata, porque ela é o principal alimento do escorpião. Quem for mexer com restos de materiais de construção, com em jardim, tem que estar calçado e usar luva. Em casa, pedimos para que os pais afastem o berço ou cama da parede, bata lençol, toalha e calçados antes de usar, observem os brinquedos que ficam espalhados no chão, porque o escorpião pode estar escondido, ele gosta de lugar escuro. Quando for entrar em um quarto escuro, sempre acender a luz primeiro e vedar ralos e soleiras de porta. São cuidados que as pessoas podem ter em casa para evitar esse tipo de acidente”, pontua a médica do Ciatox.

Produtos de limpeza e medicamentos também merecem atenção especial, já que há um número alto de notificações de crianças que tiveram intoxicação medicamentosa. “É muito comum a criança, acidentalmente, pegar uma medicação que é do pai ou da mãe e acabar utilizando e sofrendo intoxicação. A gente sempre pede para que os pais não deixem medicamentos, nem produtos, utensílios de limpeza com fácil acesso. A criança é sempre muito curiosa e não tem noção do perigo, gosta de explorar o ambiente, então vai mexer em tudo”, ressalta Elma Regina.  

O Ciatox fica instalado no prédio do Hospital de Urgências de Sergipe Governador João Alves Filho (Huse) e conta com uma equipe multidisciplinar de médicos, farmacêuticos, enfermeiros e técnicos de enfermagem. Ele faz parte da Rede Nacional de Centros de Informação e Assistência Toxicológica (Renaciat), coordenada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Fonte: Secom

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