No complexo universo das caricaturas, uma forma de expressão artística que vai além do simples desenho ganha vida. Originando-se nos primeiros jornais ao lado das “estampas ilustradas”, o movimento das caricaturas se transformou em uma expressão visual marcante. Indo além de meros traços, as caricaturas representam uma arte que utiliza o exagero e a sátira, adaptando-se para provocar risos, reflexões e até críticas sociais.
Como uma linguagem à parte, esse universo visual evoluiu ao longo do tempo, conquistando artistas e espectadores, revelando-se uma ferramenta poderosa para interpretar e transformar o mundo ao nosso redor. Nesse cenário fascinante, é possível mergulhar no universo envolvente das caricaturas, um território onde a imaginação e a crítica se entrelaçam, criando um panorama multifacetado e intrigante.
No contexto entre códigos e algoritmos, o coordenador pedagógico dos cursos de Computação na Universidade Tiradentes (Unit), Manoel Dantas, dedica suas horas vagas à arte das caricaturas, mostrando como esse movimento visual se tornou essencial em sua vida, proporcionando uma perspectiva única que transcende números e lógica computacional.
“Desde cedo, sempre fui apaixonado pelo mundo das artes, incentivado por meus pais, que investiam em livros ilustrados para enriquecer nossa educação e cultura. Meu interesse pela caricatura surgiu com minhas experiências nas artes gráficas, especialmente em jornais, motivando-me a aprimorar meu traço diariamente e a pesquisar cada vez mais sobre esse ‘universo’ visual”, revela.
Representar com personalidade
O movimento das caricaturas, originado nos primórdios dos jornais, busca representar personagens reais de maneira caricata, destacando características físicas com um toque de exagero. Para Manoel Dantas, o desafio estético e a preservação da essência do retratado são elementos cativantes nesse segmento artístico.
“A caricatura é um tributo à pessoa representada, mesmo quando há uma crítica política associada, pois estabelece um vínculo de escolha do artista que provoca, estimula e cria um retrato inusitado e singular do caricaturado. Dependendo do autor, carrega consigo tanto o estilo do desenho quanto a significação proposta, que varia de acordo com a intenção da obra. No entanto, o ideal é sempre sorrir para a vida e refletir sobre nossa sociedade”, explica.
Quando um artista adentra o universo da caricatura, suas criações ganham novos significados e perspectivas. Para o professor, a caricatura é um tributo que, mesmo nas críticas políticas, estabelece um vínculo entre o artista e o retratado. O resultado é um retrato inusitado que carrega consigo não apenas o estilo do desenho, mas também uma significação profunda.
“De certa maneira, a caricatura é um tributo para a pessoa representada, mesmo quando há uma crítica política associada, pois estabelece um vínculo de escolha do artista que provoca, estimula e cria um retrato inusitado e singular do caricaturado. Dependendo do autor, carrega consigo tanto o estilo do desenho quanto a significação proposta, que varia de acordo com a intenção da obra. No entanto, o ideal é sempre sorrir para a vida e refletir sobre nossa sociedade”, ressalta.
Histórias curiosas e o pseudônimo por trás do traço
Dentro do mundo das caricaturas, surgem curiosidades pouco conhecidas. Manoel compartilha histórias de pessoas que se ofendem com suas próprias caricaturas, sem compreender o propósito artístico por trás do exagero. Uma anedota envolvendo o cartunista Angeli destaca a resistência do político Antônio Delfim Netto às charges críticas, ilustrando como a representação visual pode transcender o simples entretenimento.
“Já ouvi e vivi diversas histórias sobre pessoas que se ofendem ao verem suas caricaturas, sem entender que o objetivo ao enfatizar alguns de seus atributos e/ou particularidades é a expressão artística pura, cujo humor visa construir e não destruir, a menos que o alvo seja algum desmando político que precisa ser corrigido. Por isso, a crítica também faz parte”, pontua.
Ao mergulhar no mundo da criação, Manoel adota o pseudônimo “Manoel Dama”. Essa escolha não é apenas artística, mas também pragmática, evitando confusões com outros artistas de sobrenomes similares. A tradição de usar pseudônimos, como o caso do renomado cartunista Henfil, é uma prática comum para artistas que buscam identidade única em um mar de talentos.
“Quando desenho ou faço poesias, sempre utilizo o pseudônimo ‘Manoel Dama’. Criei esse nome artístico por conveniência quando comecei a trabalhar como ilustrador em um jornal há muitos anos, pois já existiam artistas conhecidos com os mesmos sobrenomes que o meu. Lembrei-me do caso do genial cartunista Henfil (1944-1988)”, enfatiza.
Fonte: Asscom Unit