O futebol também é um tema para ser estudado e debatido no ambiente acadêmico. Ele esteve presente em um evento realizado pelo curso de Educação Física da Universidade Tiradentes (Unit), no Campus Farolândia. Nele, duas palestras reuniram nomes bastante experientes no ramo: o ex-jogador Washington Cerqueira, conhecido como “Coração Valente” e ídolo que marcou sua carreira em times como São Paulo, Ponte Preta, Atlético Paranaense, Fluminense (onde foi campeão brasileiro de 2010) e Fenerbahçe (Turquia); e o médico do esporte Diogo Cristiano Netto, coordenador geral do projeto CBFS Academy, ligado à Confederação Brasileira de Futsal (CBFS).
Em conversas com os estudantes, os dois dividiram suas experiências profissionais e apresentaram informações importantes sobre a atividade no esporte. A de Washington mostrou como a experiência com a superação de problemas extracampo agregam ainda mais conhecimentos e habilidades aos futuros profissionais. O próprio jogador viveu isso em 2003, quando jogava no Fehnerbaçe (Turquia) e sofreu uma lesão cardiovascular. Após passar por cirurgia e ser aconselhado a abandonar a carreira, “Coração Valente” se recuperou em um ano, voltou a jogar pelo Athletico/PR e foi artilheiro do Brasileirão 2004 com 34 gols.
“É uma história de vida que aconteceu comigo e cabe muito essa informação para eles, poder superar as dificuldades e quando acontecer algum problema a gente está sempre preparado para superar e conseguir conquistar. Então, o jogo da vida é justamente isso: colocar a nossa vida em ordem com os desafios que ela apresenta para nós”, resume o ex-jogador, cuja palestra teve o sugestivo título de “Jogo da Vida”.
Por sua vez, a palestra de Diogo Netto se focou em aspectos técnicos e profissionais de quem atua no mercado de trabalho relacionado ao esporte e à educação física, que tem exigido o aprimoramento de habilidades interpessoais como flexibilidade, tomada de decisões, negociação, inteligência emocional, criatividade, gestão de pessoas e outros. Para ele, que também atuou como consultor de desenvolvimento de tamentos em entidades como a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e a FIFA (Federação Internacional de Futebol Association), o viés científico do esporte mais popular do país é algo que desperta o interesse de muitos estudantes e professores.
“Hoje a questão científica é fundamental. Tanto o futebol de campo, o futsal, o beach soccer ou o Fut-7 são áreas primordiais, em que o esporte é muito forte no nosso país. Então, um dos pontos é a questão da qualificação profissional. É aprender, buscar conhecimento e informações em várias áreas, como treinadores, preparação física, análise de desempenho, treinador de goleiros… Existe uma gama grande e gigantesca de oportunidades de áreas de atuações e objetivos”, afirma Diogo, citando como exemplo, a CBFS Academy, que qualifica e forma profissionais para atuação no futsal brasileiro.
Possibilidades de atuação
O interesse dos estudantes pelo futebol e pelas oportunidades de atuação têm motivado muitos que fazem o curso superior de Educação Física. “O maior número de praticantes de esportes no Brasil é do futebol. É a variável para os alunos poderem participar futuramente e se formarem. O futebol é muito grande, e aqui tiveram tanto o exemplo do Washington, de como foi feita a carreira dele para poder trabalhar isso com os futuros alunos, como também o do Diego, para entender e planejar a vida futura deles como professores de educação física”, avaliou o professor Walter Thiessen, coordenador do Unit Esportes.
O professor Antenor de Oliveira Silva Neto, do curso de Educação Física da Unit, explica que o curso está adotando uma nova matriz curricular, com novos componentes que colocam o futebol em evidência. “E além do futebol, com seus métodos e técnicas, nós estamos estudando também a partir do viés de instrumentos de alto desempenho de atletas. Trazendo também o olhar do fisiologista, de outros campos da educação física que agregam ao jogador de futebol. E com isso, amplia a área e os campos de atuação da educação física”, afirma ele.
Para o estudante Arthur de Oliveira Machado, do quarto período de Educação Física, o futebol abre muitas possibilidades e oportunidades de atuação como profissional da área. “Desde a preparação física até o treinar um time à beira do campo. Então, eu posso trabalhar fisicamente, tecnicamente, taticamente também, sendo profissional de educação física. É importante frisar que na CBF Academy [centro de formação da CBF], para você se formar, tirar licença para ser treinador, você precisa ter o curso de educação física. É essencial”, destacou o aluno, que pretende trabalhar nas áreas de análise tática e desempenho.
Fonte: Asscom Unit