Assim que o visitante passa pelo pórtico de entrada da Vila do Forró, na Orla da Atalaia encontra, ao centro, a casa de taipa cenográfica, rodeada por bandeirolas coloridas, dando às boas vindas. O espaço faz uma homenagem ao sanfoneiro Valtinho do Acordeon, que faleceu em maio deste ano, aos 70 anos de idade. Dentro da casa há vários objetos, a exemplo de fogão a lenha, candeeiro, imagens sacras, ferro a brasa, máquina de costura, rádio de pilha, pote e canecos de barro, rádio de pilha, entre outros.
Por muitas décadas, a casa de taipa foi moradia de muita gente do interior do estado e do Nordeste do Brasil. Por 17 anos, o comerciante José Barbosa de Souza residiu em uma construção desse tipo, no povoado Salobra, em Simão Dias. “Nasci numa casa assim, estou arrepiado de tanta emoção, de boas recordações. Morava com meus pais e meus irmãos”, comenta. Assim como ele, sua esposa Ivanei Souza também nasceu em uma casa feita de barro, no povoado Muniz, em Simão Dias. Ela conta que morou até os sete anos de idade com os pais e os quatro irmãos mais velhos. “Na hora que entrei, tive uma lembrança forte daquilo que a gente já viveu muitos anos atrás. Hoje, vivemos em outro momento, que não tem comparação, mas é muito bom. Ainda guardo foto com a minha avó e com os meus irmãos pequenininhos, em preto e branco”, recorda.
Natural do Alto da Divinéia, em São Cristóvão, a doméstica Divânia da Silva morou numa casa de taipa até os 12 anos de idade. Ela lembra da infância difícil que teve e das dificuldades que a mãe marisqueira enfrentou para levar sustento para ela e os dois irmãos pequenos, após a morte do pai. “Essa casa aqui está linda demais, a minha era cheia de buracos, o pessoal passava na rua e a gente via. Eu tive uma infância boa e pura, mesmo tendo pouca coisa. Dávamos valor a tudo, por isso eu fui feliz na minha tapera”, afirma.
Maria Auxiliadora, Maria do Carmo e Ilza são irmãs e viveram parte da infância numa casa de taipa, no povoado Miranda, em Capela. Ilza Santos, a caçula, conta que só saiu do imóvel aos 14 anos, quando casou. “Lembro de muita coisa boa, das brincadeiras, da noite de lua. A gente corria, brincava de esconder e de peteca”, diz. A sua irmã, Maria Auxiliadora Santos, ficou na casa até os 15 anos. Ela conta que muitos objetos da casa cenográfica também tinham na casa onde moraram. “A cama era forrada com lençóis bem parecidos, tinha um fogãozinho a lenha, o pote para gente beber água sempre fria, os canecos e as panelas de barro, a máquina, o rádio, tinha tudo lá. É emocionante entrar aqui”, finaliza.
País do forró
Durante 60 dias, o clima junino tomará conta do estado, fortalecendo o turismo, a cultura popular e aquecendo a economia em vários setores envolvidos na realização dos eventos. A programação do Arraiá do Povo e Vila do Forró é uma realização do Governo de Sergipe, por meio da Fundação de Cultura e Arte Aperipê (Funcap), Secretaria Especial da Comunicação (Secom), Secretaria de Estado do Turismo (Setur) e Banese, com apoio da Energisa, Netiz e Shopping Jardins, e patrocínio da Eneva, Pisolar, Deso, Maratá, GBarbosa e Serviço Social do Comércio (Sesc).
Fonte: Secom