Os dados levantados se referem ao período entre 2021 e 2022, com o controle da pandemia e a retomada das atividades econômicas. Neste tempo, o IDH brasileiro foi de 0,756 para 0,760. O número coloca o país na categoria de “alto desenvolvimento humano”, mas ainda está abaixo do 0,764 que tinha em 2019. Quanto ao posicionamento no ranking global, de um total de 193 nações, a posição brasileira no ranking caiu da 87ª para a 89ª posição, ficando mais abaixo da 84ª colocação que ocupava em 2020.
Em comparação com outros países da América Latina e do Caribe, o Brasil ficou na 17ª posição, atrás de países como México, Equador, Cuba e Peru. O topo da lista dos latino-americanos e caribenhos é formado por Chile, Argentina, São Cristóvam e Neves, Uruguai e Antígua e Barbuda. Já os piores IDHs da região estão no Haiti, em Honduras, na Guatemala, na Nicarágua e em El Salvador. Globalmente, os melhores indicadores foram alcançados por Suíça, Noruega, Islândia, Hong Kong, Dinamarca e Suécia; e os piores ficaram com Somália, Sudão do Sul, República Centro-Africana, Níger e Chade.
Para o professor Diogo Calasans, do Programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos (PPGD) da Universidade Tiradentes (Unit), esse resultado pode ser explicado por uma combinação de fatores como melhoria nos indicadores de expectativa de vida e renda per capita, crescimento de outros países, desigualdade social e os desdobramentos da pandemia.
“Em termos absolutos, o Brasil apresentou um avanço em seu IDH em 2022, com a melhora nos indicadores de expectativa de vida e renda per capita. No entanto, o país caiu duas posições no ranking global, o que indica um retrocesso relativo em comparação com outros países. O Brasil apresentou um avanço em seu IDH em 2022, mas ainda há muito a ser feito para que o país alcance um desenvolvimento humano mais justo e sustentável. É necessário que o governo implemente políticas públicas que visem a reduzir a desigualdade social, melhorar a qualidade da educação e da saúde, e promover o crescimento econômico”, diz.
Calasans explica que os critérios do IDH também estipulam o cumprimento de algumas metas de crescimento estipuladas pelo PNUD. Em cada nação, a expectativa de vida ao nascer deve ser aumentada para 80 anos até 2030, e a renda per capita deve passar dos US$12 mil (em torno de R$60,5 mil). No mesmo período, os países também deverão alcançar a educação universal de qualidade em todos os níveis, da educação infantil ao ensino superior.
Para o professor da Unit, o combate à desigualdade social no Brasil passa por diversas políticas públicas garantidas em lei, abrangendo áreas como distribuição de renda, educação, saúde, combate ao racismo e ao sexismo, desenvolvimento regional, moradia e participação política. “O combate à desigualdade social no Brasil é um desafio complexo que exige um esforço conjunto do governo, da sociedade civil e do setor privado. Diversas medidas podem ser tomadas para combater ou minorar os fatores de desigualdade, como ações do setor privado, ações da sociedade civil e políticas públicas”, pontua Diogo.
Fonte: Asscom Unit